Dom. Dez 29th, 2024

Assisti ao filme pela primeira vez enquanto jantava, apenas para passar o tempo. No entanto, foi uma grata surpresa descobrir que “O Abutre” era muito mais do que isso; era uma verdadeira aula de negociação, marketing e economia, embalada em uma história envolvente e emocionante.

Ao me deparar com “O Abutre” (Nightcrawler), encontrei mais do que apenas um filme; foi uma jornada através do desespero, da ética ambígua e da busca implacável pelo sucesso. Desde o momento em que vi Louis Bloom, interpretado brilhantemente por Jake Gyllenhaal, lutando desesperadamente por uma oportunidade de trabalho, mergulhei profundamente em sua narrativa cativante.

A história de Louis Bloom é a de um homem desempregado, lutando contra as adversidades econômicas de uma sociedade implacável. Sua busca por emprego o leva a explorar o mundo do jornalismo sensacionalista, onde rapidamente percebe que a linha entre o ético e o antiético é tênue. Determinado a ter sucesso, Louis supera limites morais e éticos em sua busca pela notícia perfeita, mergulhando de cabeça na obscura subcultura do crime e da violência.

O que mais me impressionou em Louis Bloom foi sua habilidade incrível de transformar a adversidade em oportunidade. Ele utiliza a internet como uma ferramenta para aprender e evoluir, absorvendo conhecimento sobre técnicas de filmagem e estratégias de negociação. Sua maestria na arte da negociação é evidente em cada interação, manipulando situações para obter o máximo benefício para si mesmo.

A economia desempenha um papel crucial em sua jornada, pois Louis percebe rapidamente que oferecer o melhor produto é essencial para o sucesso no mercado competitivo do jornalismo sensacionalista. Sua evolução profissional é impressionante de se observar, à medida que ele aprende a entender e explorar as demandas do público, fornecendo imagens cada vez mais chocantes e impactantes.

“O Abutre” é mais do que apenas um filme; é uma lição de vida disfarçada de thriller psicológico. A aura negativa que permeia a narrativa, a ponto de Louis Bloom parecer quase psicopata em sua busca obsessiva pelo sucesso, é inquietante e ao mesmo tempo fascinante de se testemunhar.

Acredito sinceramente que esse filme deveria ser visto por qualquer aluno do curso de jornalismo. Ele oferece uma visão perspicaz e provocativa do mundo do jornalismo sensacionalista, questionando as noções tradicionais de ética e moralidade. Sua narrativa envolvente e performances excepcionais o tornam uma experiência cinematográfica única e inesquecível.